domingo, 26 de janeiro de 2014

O ANDARILHO

Acreditava na humanidade Como uma criança em tudo via cor. Tinha com Deus intimidade Porque o sentia no céu, no sol, na nuvem Em cada flor. Em sua alma carregava a piedade E acreditava nas pessoas indiferentes da idade Sempre sorrindo, era feliz de verdade. Mas em sua longa caminhada Sua alma foi percebendo outras nuances, Que não eram mais tão claras, E foi conhecendo distancias entre as pessoas tão próximas. E conheceu a dor e a lágrima. Seu coração se turbou e foi ficando menor. E dentro dele um aperto, uma dor, de se perder Perdendo o seu melhor. E as escolhas que fez só lhe fizeram mais só. E o andarilho contente, Caminha errante simplesmente. Vivendo sua vida diária, Saudoso da sua identidade primária. Caminha porque não pode parar. Apesar dos pés cansados, Dos dolorosos passos errados, Caminha descontente. E guarda no coração Doce e saudosa ilusão. Tem os olhos marejados em lágrimas No coração, solidão. E a alma errante e cansada da mesma estrada. Um andarilho aprisionado ao chão.

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